Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os Probióticos são definidos como “microrganismos vivos que, ingeridos em quantidades adequadas, têm efeitos benéficos no organismo”.
A palavra probiótico significa: pro – a favor – bios – vida, ou seja, a favor da vida.
Esses microrganismos pertencem a diferentes gêneros e espécies, como bactérias e leveduras, que podem contribuir para a manutenção do equilíbrio da nossa microbiota. Colonizam a mucosa intestinal beneficiando o organismo, porque podem também evitar a disbiose e a inflamação no intestino, equilibrando a composição do microbioma intestinal e mantendo o pH correto do cólon. Se desenvolvem com uma dieta rica em fibras, mas você também pode obtê-las através de suplementos probióticos.
Os Prebióticos são fibras que não são digeridas no intestino delgado e, ao atingir o intestino grosso, aumentam a quantidade de bactérias denominadas benéficas. Esses prebióticos promovem e ativam o metabolismo de bactérias benéficas no trato intestinal e visam modificar a composição do ecossistema intestinal por meio de mudanças nutricionais.
A combinação de um prebiótico com um probiótico resulta num produto simbiótico.
O uso de probióticos e prebióticos tem se mostrado muito eficaz no controle da disbiose e na manutenção da microbiota intestinal.
A disbiose intestinal é um desequilíbrio na flora bacteriana intestinal. Quando ela ocorre, é sinal de que existe uma variação na quantidade e na distribuição de bactérias presentes no intestino.
É causada pelo consumo excessivo de alimentos ricos em proteínas (carnes, leite, ovos, cereais integrais, feijão, legumes e vegetais folhosos) e gorduras, alimentos processados, açúcares e pela pouca ingestão de fibras. Além da alimentação inadequada, a abundância de bebidas alcoólicas, o uso de medicamentos, principalmente os antibióticos e o estresse também podem provocar o desequilíbrio na flora intestinal.
Probióticos, prebióticos e polifenóis podem ser úteis no combate a doenças neurológicas. Afinal, seu intestino e seu cérebro são conectados pelo eixo intestino-cérebro.
A terminologia “eixo intestino-cérebro” indica uma relação bidirecional entre o sistema gastrointestinal (TGI) e o sistema nervoso central (SNC).
Dentro do nosso sistema gastrointestinal (TGI) há cerca de 500 milhões de neurônios e mais de 30 neurotransmissores, o que faz com que ele seja responsável por emitir respostas emocionais e comportamentais.
Outro ponto importante a ser destacado é que nele são processados cerca de 50% de toda a dopamina e 90% da serotonina presentes no organismo. Esses neurotransmissores estão ligados ao prazer e ao bem-estar. Por isso, quando há um desequilíbrio nos níveis de dopamina, isso pode resultar em compulsão, alucinação e delírio. Já quando há escassez de serotonina, o resultado gera baixa autoestima e depressão, sendo que o excesso resulta em ansiedade.
A disfunção deste eixo tem sido implicada em vários distúrbios neurológicos, como esclerose múltipla, transtornos de humor como depressão e ansiedade, além de mal de Alzheimer, Parkinson e enxaqueca.
Pesquisas mostram que certas cepas de bactérias consideradas probióticas, como Lactobacillus acidophilus, reduzem significativamente as citocinas pró-inflamatórias e aumentam as anti-inflamatórias.
Benefícios das cepas probiótica para a saúde humana
Entre outros mecanismos de ação, os probióticos fortalecem a barreira epitelial, aumentam a adesão à mucosa intestinal, inibem e excluem microrganismos causadores de doenças e modulam o funcionamento do sistema imunológico.
Os Probióticos ajudam a tratar várias patologias e tem como aplicação, por exemplo, na Intolerância a lactose, redução do colesterol, redução de peso corporal, redução da gordura subcutânea, estresse, ansiedade, depressão, dermatite atópica, alergias e intolerâncias alimentares, diarréia e constipação crônica (regulando o trânsito intestinal), melhora a digestão e combate a azia, melhorara a absorção de nutrientes (Vitamina B, cálcio e ferro), infecção urogenital, candidíase, doença inflamatória intestinal, acne, rinite, gripe e doenças respiratórias, ajuda no tratamento do autismo, Parkinson, doenças neurodegenerativas, fortalece o sistema imunológico, entre outras.
Os Probióticos não vivem para sempre no organismo humano, embora sejam considerados bactérias boas, são microrganismos cultivados fora do nosso organismo e depois administrados. Eles entram, colonizam durante o tempo de tratamento e depois que cumprem seu papel, morrem.
Portanto, se faz necessário a suplementação de Probióticos e Prebióticos para a saudável manutenção da saúde humana, visto que agem no organismo como um todo.
LEMBRE-SE:
A maioria dos probióticos são seguros para a maior parte da população, porém sempre é importante consultar um profissional de saúde. Pacientes que possuem alguma desordem autoimune, enfermidade grave ou crianças pequenas devem sempre consultar um profissional de saúde.
Mitos e verdades sobre Probióticos
Descubra a seguir o que é verdade e o que é mito em relação aos probióticos e sua aplicação na saúde humana.
Probióticos e prebióticos são a mesma coisa?
❌ MITO. Probióticos são microrganismos vivos que pertencem a diferentes gêneros e espécies de bactérias ou de leveduras e que têm sido associados a diversos efeitos benéficos à saúde.
Já os prebióticos são alimentos que contam com tipos específicos de fibras alimentares – compostos não digeríveis pelo nosso corpo. Essas fibras são responsáveis por “alimentar” as bactérias saudáveis que habitam nosso trato gastrointestinal e, dessa forma, favorecer ainda mais o funcionamento desse sistema.
A microbiota intestinal de cada ser humano é única?
✔️ VERDADE. É mais provável que dois indivíduos tenham a mesma digital do que a mesma microbiota. A microbiota intestinal é única para cada indivíduo, tanto em termos qualitativos quanto quantitativos. Das cerca de 160 espécies de bactérias presentes na microbiota de um indivíduo saudável, metade é comumente encontrada de um indivíduo para outro.
Vários fatores contribuem para o estabelecimento da microbiota de um ser humano. Dieta variada, genética, nível de higiene, tratamentos médicos administrados e meio ambiente influenciam na composição da microbiota intestinal que se desenvolve nos primeiros anos de vida.
Depois de estabelecida, a microbiota intestinal permanece inalterada ao longo da vida do indivíduo
❌ MITO. A microbiota humana começa se formar a partir do parto, se desenvolve na amamentação, no toque de pele da mãe e dos demais que convivem e se forma essencialmente até os 3 anos.
A partir daí a composição da microbiota permanece bastante estável, mas flutuações nos hormônios sexuais, tratamentos médicos, mudanças no estilo de vida e vários eventos também podem modificar a microbiota ao longo da vida. A microbiota de uma pessoa obesa, por exemplo, é totalmente diferente de uma pessoa magra. A de um alcoólatra ou fumante também se difere consideravelmente de alguém com hábitos de vida saudáveis.
A microbiota intestinal também interfere em outras funções do corpo humano
✔️ VERDADE. A microbiota pode ser considerada um órgão funcional no corpo humano, atua em simbiose com o intestino e desempenha diferentes papéis no organismo. A microbiota intestinal auxilia na absorção de nutrientes oriundos da alimentação, no desenvolvimento do sistema imunológico e na indução e produção de hormônios.
Ela ajuda o organismo humano a sintetizar certas vitaminas (vitamina K, B12, B8) e atua na regulação de várias vias metabólicas, como absorção de ácidos graxos, cálcio e magnésio. Além disso, 90% da serotonina, o neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, é produzida no intestino. Ou seja, a microbiota interfere no bom funcionamento de quase todos os órgãos do corpo humano.
Probióticos atuam apenas no funcionamento intestinal
❌ MITO. Cada vez mais estudos apontam para diferentes funcionalidades das cepas probióticas, tais como: função epitelial intestinal, desenvolvimento do sistema imunológico intestinal; produção de hormônios, regulação de vias metabólicas, entre outras.
Probióticos podem auxiliar na manutenção da saúde íntima feminina
✔️ VERDADE. Os benefícios dos probióticos para apoiar a saúde das mulheres são cada vez mais reconhecidos. Os probióticos têm um efeito positivo na microflora endógena, ajudam a apoiar a microflora vaginal e protegem contra bactérias.
Existem estirpes probióticas específicas que possuem efeitos benéficos na saúde feminina desde a puberdade até a menopausa. Entre os problemas que podem ser evitados ou tratados com o uso de probióticos estão a vaginose bacteriana, a candidíase e o desconforto do trato urinário.
Todas as bactérias que não causam doenças aos seres humanos podem ser probióticos
❌ MITO. Há uma série de requisitos que devem ser levados em consideração para que um microrganismo seja considerado um probiótico. Ele precisa ser capaz de atravessar a barreira gástrica para poder multiplicar-se e colonizar o intestino por um tempo curto e produzir compostos antimicrobianos. Os probióticos também devem ser não patogênicos e não tóxicos, além de não poder apresentar resistência a antibióticos. Visto que nem todas bactérias não patogênicas tem essa característica, logo não podem ser consideradas probióticas.
Os iogurtes possuem mesmo efeito de formulações probióticas
❌ MITO. O iogurte é famoso por ser um “alimento probiótico”. Mas apesar de conter bactérias probióticas como resultado do processo de fermentação, o iogurte não pode ser considerado um probiótico.
A maioria dos iogurtes possui o Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus, mas as outras cepas do produto não são padronizadas da mesma forma que os suplementos probióticos.
Os suplementos probióticos são cuidadosamente padronizados para conter certas quantidades de cada cepa de bactérias. Isso significa que é possível reduzir ou aumentar sua dose conforme necessário.
O uso de probióticos deve ser combinado com hábitos saudáveis
✔️ VERDADE. Os probióticos não fazem milagres sozinhos. Uma reeducação alimentar aliada a outros hábitos de vida saudáveis é essencial para manter a microbiota saudável e garantir o bom funcionamento do organismo.